O primeiro trimestre de 2025 trouxe uma onda de surpresas positivas nos balanços corporativos, impulsionando gestores a reavaliarem suas estratégias de alocação. Com dados superando expectativas, é hora de entender como essas revisões impactam carteiras e definem novas oportunidades.
Analistas sabiam que seria uma temporada desafiadora, mas os números superaram as projeções:
Esse avanço representa alta de 9 pontos percentuais em surpresas positivas de lucro líquido em relação ao trimestre anterior, e de 8 pontos contra o mesmo período de 2024.
O fenômeno reflete uma combinação de redução de custos e maior eficiência operacional, obrigando analistas a revisarem para baixo as projeções de receita e, simultaneamente, para cima as de lucro.
Os resultados mais fortes geraram valorização em ações de destaque e carteiras recomendadas. Gestoras adotaram tom mais otimista em relação à renda variável brasileira, aproveitando o ambiente favorável:
O sentimento de risco aliviou-se também com sinais de distensão nas tensões comerciais entre EUA e China, reforçando posição em ativos de países emergentes.
Mesmo com balanços robustos, as expectativas de lucro por ação (LPA) foram ajustadas:
Grandes nomes do Ibovespa, como VALE3 e BBAS3, puxaram estimativas para baixo: consenso de 2025 caiu 3,28% e 4,83%, respectivamente. Entretanto, isso não ofusca resultados pontuais importantes.
No âmbito setorial, Comunicação e Tecnologia lideraram revisões positivas de LPA desde o início da temporada, enquanto Energia e Consumo Discricionário registraram ajustes mais negativos.
A carteira Top Dividendos de junho de 2025 exemplifica como gestores agem diante dos resultados:
No mercado internacional, a Intuit ganhou destaque ao reportar receita de US$ 7,75 bilhões (vs. US$ 7,56 bi esperados) e LPA ajustado de US$ 11,65 (vs. US$ 10,90). O resultado levou à revisão positiva de guidance e à valorização de 14,6% no ano.
O cenário, porém, não é isento de desafios. O Brasil enfrenta incertezas fiscais e riscos globais persistentes. No crédito, persiste a cautela:
Esse recuo indica bancos mais cautelosos na concessão de crédito, refletindo desaceleração econômica em relação ao ano anterior.
Resultados acima do esperado levam a decisões estratégicas:
As boas notícias operacionais contrastam com revisões mais conservadoras nas estimativas. Gestores equilibram otimismo com prudência, ajustando carteiras para capturar ganhos e mitigar riscos.
Para o segundo semestre, espera-se que a combinação de eficiência operacional e ambiente macroeconômico mais estável mantenha o viés positivo. No entanto, a evolução de fatores fiscais e do mercado de crédito será determinante. A lição é clara: adaptabilidade e análise detalhada continuam sendo pilares para o sucesso na construção de carteiras robustas e alinhadas ao cenário em transformação.
Referências