Quando você contrata um empréstimo ou financiamento, costuma focar apenas na taxa de juros anunciada. No entanto, diversos encargos adicionais podem aumentar significativamente o valor final pago. Este artigo mostra como considerar todas as despesas obrigatórias no cálculo, evitando surpresas e escolhendo a opção mais vantajosa.
O indicador de custo efetivo total (CET) representa a soma de todos os encargos cobrados pela instituição financeira além da taxa de juros. Ele inclui tarifas, impostos, seguros e outras despesas relacionadas à contratação do crédito.
Por lei, o CET deve ser informado ao consumidor antes da assinatura do contrato, permitindo comparar empréstimos e financiamentos de diferentes bancos de forma justa e transparente.
Além da taxa de juros, é fundamental identificar cada item que compõe o CET. São eles:
Para ilustrar, veja a comparação entre a taxa nominal e o CET em um financiamento de imóvel de R$ 100.000:
Enquanto a taxa nominal se refere apenas à remuneração do banco, o CET considera valor total pago pelo cliente, reunindo todas as despesas. Em financiamentos habitacionais, essa diferença pode chegar a um ponto percentual ou mais.
Sem avaliar o CET, o consumidor corre o risco de escolher um empréstimo com juros aparentementes baixos, mas com impacto significativo no valor final devido às tarifas e impostos.
Segundo normas do Banco Central e do Código de Defesa do Consumidor, toda instituição é obrigada a apresentar o CET antes da contratação. É direito do consumidor exigir simulação detalhada, contendo:
Exija o detalhamento do Custo Efetivo Total em planilhas de fácil compreensão, conferindo cada item antes de assinar.
As taxas e tarifas variam bastante de banco para banco. Um empréstimo com juros menores pode custar mais caro se as cobranças extras forem elevadas. Por isso, é essencial solicitar simulações em pelo menos três instituições e comparar:
Ao comparar, tenha em mente negociar valores de tarifas e seguros para obter condições mais vantajosas.
Considere um empréstimo pessoal de R$ 20.000, com taxa nominal de 3% ao mês:
Se apenas os juros fossem cobrados, o valor total pago seria de R$ 26.764 após 12 meses. No entanto, incluindo IOF, tarifa de abertura de R$ 200 e seguro mensal de R$ 15, o CET dispara para cerca de 4,5% ao mês, elevando o total para aproximadamente R$ 29.000.
Essa diferença de mais de R$ 2.000 ilustra como evitar surpresas no valor final depende de um cálculo completo desde o início.
Para garantir a melhor escolha:
Seguindo essas recomendações, você terá maior segurança e clareza na contratação, reduzindo gastos e otimizando seu planejamento financeiro.
Incluir todos os custos extras no cálculo do empréstimo é fundamental para evitar surpresas e escolher a opção mais adequada ao seu perfil. Ao entender o CET, seus componentes e as diferenças em relação à taxa nominal, você estará mais preparado para tomar decisões financeiras conscientes e seguras. Lembre-se sempre de exigir transparência e comparar propostas antes de fechar qualquer contrato.
Referências