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Inclua ativos alternativos com moderação para diversificação

Inclua ativos alternativos com moderação para diversificação

23/10/2025 - 01:07
Marcos Vinicius
Inclua ativos alternativos com moderação para diversificação

Em um cenário econômico marcado por volatilidade persistente e incertezas globais, os investidores buscam novas formas de proteger e potencializar seus recursos. A inclusão de ativos alternativos surge como uma estratégia eficaz para quem deseja reduzir riscos e ampliar horizontes, sem abrir mão da liquidez necessária e da transparência na gestão.

Embora tradicionalmente destinados a grandes fundos institucionais, hoje esses ativos estão cada vez mais acessíveis ao investidor pessoa física, graças ao surgimento de fundos e plataformas especializadas. O segredo é entender quando, como e quanto investir para manter o equilíbrio da carteira.

Definição e contexto dos ativos alternativos

Ativos alternativos são, em geral, aqueles que não estão alinhados às classes tradicionais de ações, títulos de renda fixa e caixa. Entre eles, destacam-se:

  • Imóveis e fundos imobiliários, conhecidos pela proteção em ciclos de inflação.
  • Private equity, fundos de capital fechado com foco em crescimento de longo prazo.
  • Hedge funds e CTAs, que usam estratégias sofisticadas de derivativos.
  • Commodities e infraestrutura, atuando como hedge contra pressões inflacionárias.
  • Ativos digitais como criptomoedas, atraindo parte das carteiras mais arrojadas.
  • Colecionáveis (arte, vinhos, carros clássicos), com potencial de valorização singular.

Até há pouco tempo restritos a poucos, esses instrumentos agora contam com alternativas estruturadas em plataformas acessíveis, democratizando a diversificação.

Por que incluir ativos alternativos?

Há três motivações principais que explicam o crescente interesse:

  • Baixa correlação com mercados tradicionais, reduzindo o impacto de crises sistêmicas na carteira.
  • Potencial de retornos superiores em determinados ciclos econômicos, sobretudo em setores descolados do mercado de ações.
  • Proteção contra inflação e pressões macroeconômicas, especialmente via imóveis e commodities.

De acordo com pesquisa recente, cerca de 29% dos gestores já alocam em private equity, 10% em ativos digitais e 7% em hedge funds ou CTAs, mostrando a maturidade dessas estratégias entre profissionais do mercado.[1]

Riscos e desvantagens a considerar

Apesar dos benefícios, é crucial avaliar os pontos de atenção para não comprometer a saúde financeira da carteira:

Baixa liquidez em fundos de private equity e imóveis, que podem ter resgates restritos a datas específicas. Além disso, ativos como arte e colecionáveis exigem rigoroso processo de due diligence especializado, dada a falta de regulamentação uniforme.

Complexidade operacional e custos mais elevados, muitas vezes associados a taxas de performance, administração e auditoria. Alguns alternativos podem apresentar volatilidade significativa, notadamente criptomoedas e commodities expostas a choques externos.

Tendências atuais no mercado de alternativos

No Brasil, com juros ao redor de 15% em junho de 2025, os fundos imobiliários e de recebíveis performados ganham fôlego ao oferecer fluxos de caixa recorrentes. Projetos culturais e incentivados pelo setor audiovisual também despontam, combinando benefícios fiscais e potencial de valorização.

No exterior, o interesse por estruturas complexas, como fundos de fundos e veículos de crédito estruturado, cresce paralelamente à popularização dos criptoativos. Gestores buscam entregar estratégias de hedge sofisticadas que não dependem exclusivamente do desempenho das ações e dos títulos.

Dicas práticas para inclusão moderada

Para evitar sobressaltos, siga estas orientações:

  • Defina um % da carteira compatível ao seu perfil de risco, geralmente entre 5% e 15%.
  • Prefira fundos geridos por profissionais com histórico comprovado de governança rigorosa.
  • Analise custos totais, prazos de lock-up e regras de resgate antes de comprometer capital.
  • Monitore periodicamente a alocação e rebalanceie conforme mudanças macroeconômicas.

Estratégias de diversificação responsável

Uma carteira equilibrada pode seguir a seguinte lógica ilustrativa:

  • 60% em ações e títulos tradicionais, mantendo o núcleo seguro.
  • 25% em renda fixa de alta qualidade, aproveitando o juro real.
  • 15% em ativos alternativos, divididos entre imóveis, private equity e criptomoedas.

Essa abordagem evita concentração excessiva e permite capturar oportunidades de mercado em diferentes ciclos econômicos.

Em cenários de inflação elevada, uma parte dos alternativos pode ganhar destaque: imóveis e commodities naturais costumam apresentar resiliência superior, protegendo o poder de compra dos investidores.

Conclusão: equilíbrio e responsabilidade

Incluir ativos alternativos com moderação é uma forma inteligente de construir uma carteira mais robusta e preparada para desafios futuros. Não se trata de substituir títulos ou ações, mas de complementá-los com classes que oferecem vantagens distintas.

O sucesso dessa estratégia depende de avaliação criteriosa, governança confiável e ajustes constantes diante de mudanças econômicas. Com esses cuidados, você tornará sua carteira não apenas mais diversificada, mas também mais resistente a crises e pronta para aproveitar oportunidades únicas.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

Marcos Vinicius é consultor financeiro no 80sdos.com, com foco em controle orçamentário, investimentos e estratégias para construção de patrimônio. Com uma comunicação direta e objetiva, ele ajuda o público a entender que educação financeira é o primeiro passo para alcançar liberdade e segurança econômica.