Em um cenário econômico marcado por volatilidade persistente e incertezas globais, os investidores buscam novas formas de proteger e potencializar seus recursos. A inclusão de ativos alternativos surge como uma estratégia eficaz para quem deseja reduzir riscos e ampliar horizontes, sem abrir mão da liquidez necessária e da transparência na gestão.
Embora tradicionalmente destinados a grandes fundos institucionais, hoje esses ativos estão cada vez mais acessíveis ao investidor pessoa física, graças ao surgimento de fundos e plataformas especializadas. O segredo é entender quando, como e quanto investir para manter o equilíbrio da carteira.
Ativos alternativos são, em geral, aqueles que não estão alinhados às classes tradicionais de ações, títulos de renda fixa e caixa. Entre eles, destacam-se:
Até há pouco tempo restritos a poucos, esses instrumentos agora contam com alternativas estruturadas em plataformas acessíveis, democratizando a diversificação.
Há três motivações principais que explicam o crescente interesse:
De acordo com pesquisa recente, cerca de 29% dos gestores já alocam em private equity, 10% em ativos digitais e 7% em hedge funds ou CTAs, mostrando a maturidade dessas estratégias entre profissionais do mercado.[1]
Apesar dos benefícios, é crucial avaliar os pontos de atenção para não comprometer a saúde financeira da carteira:
Baixa liquidez em fundos de private equity e imóveis, que podem ter resgates restritos a datas específicas. Além disso, ativos como arte e colecionáveis exigem rigoroso processo de due diligence especializado, dada a falta de regulamentação uniforme.
Complexidade operacional e custos mais elevados, muitas vezes associados a taxas de performance, administração e auditoria. Alguns alternativos podem apresentar volatilidade significativa, notadamente criptomoedas e commodities expostas a choques externos.
No Brasil, com juros ao redor de 15% em junho de 2025, os fundos imobiliários e de recebíveis performados ganham fôlego ao oferecer fluxos de caixa recorrentes. Projetos culturais e incentivados pelo setor audiovisual também despontam, combinando benefícios fiscais e potencial de valorização.
No exterior, o interesse por estruturas complexas, como fundos de fundos e veículos de crédito estruturado, cresce paralelamente à popularização dos criptoativos. Gestores buscam entregar estratégias de hedge sofisticadas que não dependem exclusivamente do desempenho das ações e dos títulos.
Para evitar sobressaltos, siga estas orientações:
Uma carteira equilibrada pode seguir a seguinte lógica ilustrativa:
Essa abordagem evita concentração excessiva e permite capturar oportunidades de mercado em diferentes ciclos econômicos.
Em cenários de inflação elevada, uma parte dos alternativos pode ganhar destaque: imóveis e commodities naturais costumam apresentar resiliência superior, protegendo o poder de compra dos investidores.
Incluir ativos alternativos com moderação é uma forma inteligente de construir uma carteira mais robusta e preparada para desafios futuros. Não se trata de substituir títulos ou ações, mas de complementá-los com classes que oferecem vantagens distintas.
O sucesso dessa estratégia depende de avaliação criteriosa, governança confiável e ajustes constantes diante de mudanças econômicas. Com esses cuidados, você tornará sua carteira não apenas mais diversificada, mas também mais resistente a crises e pronta para aproveitar oportunidades únicas.
Referências