Ao adquirir um serviço, bem ou financiamento, muitos brasileiros são seduzidos pelas opções de parcelamento sem considerar como as parcelas irão impactar o orçamento doméstico. Tomar decisões financeiras conscientes é essencial para manter o equilíbrio do seu orçamento familiar e garantir que metas de consumo e investimento não sejam postergadas.
Incluir as parcelas no planejamento mensal antes de contratar não é apenas uma boa prática, mas sim um passo fundamental para evitar o endividamento excessivo e surpresas no fim do mês. Neste artigo, vamos explorar cada etapa desse processo.
Planejamento financeiro mensal consiste em organizar e acompanhar todas as entradas e saídas de recursos ao longo de cada mês. Planejamento financeiro é a base para manter a saúde econômica a longo prazo e evitar que compromissos fiquem de fora.
Sem um planejamento claro, é comum que parcelas se acumulem e comprometam contas essenciais, como moradia, alimentação e saúde, levando a um ciclo de endividamento.
As parcelas de financiamento, empréstimos ou compras parceladas entram como uma despesa fixa a mais no orçamento. Elas podem atrapalhar o cumprimento de obrigações mensais se não forem devidamente consideradas.
Cada parcela afeta o saldo disponível para outras categorias, como lazer e investimentos. Por isso, antes de contratar, faça uma simulação detalhada para verificar se as parcelas cabem sem comprometer contas essenciais.
O primeiro passo é mapear todas as receitas e despesas atuais. Para isso, siga alguns passos práticos:
Com esses dados em mãos, simule o valor das parcelas previstas e insira-as no seu histórico de despesas. Observe se o resultado mantém o orçamento equilibrado.
Para facilitar a gestão, você pode usar planilhas ou aplicativos que permitem visualizar o peso das parcelas ao longo dos meses. Veja algumas opções gratuitas:
Essas ferramentas ajudam a acompanhar comprometimento mensal de recursos e a revisar o planejamento com frequência.
Imagine que você deseja comprar um eletrodoméstico por R$ 2.400 em 12 vezes de R$ 200. Antes de fechar, é preciso verificar a taxa de juros embutida e o Custo Efetivo Total (CET). Supondo 2% de juros ao mês, a parcela pode subir para R$ 225.
Ao inserir esse valor no orçamento, analise se você tem espaço suficiente para arcar com R$ 225 mensais pelos próximos 12 meses sem descuidar de outras despesas.
Neste cenário, as parcelas representam 9% do total de despesas. Avalie se esse percentual está de acordo com o seu limite de comprometimento de renda.
Antes de firmar qualquer contrato, é fundamental ter uma reserva de emergência. Especialistas recomendam poupar ao menos 10% da renda mensal. Essa proteção financeira evita que imprevistos obriguem você a atrasar parcelas e sofrer acréscimos de multas e juros.
Com a reserva constituída, você ganha segurança para honrar compromissos e reduzir o risco de endividamento em situações adversas.
Defina suas metas de curto, médio e longo prazo. Itens supérfluos devem ficar em segundo plano até que metas mais importantes, como quitar dívidas ou formar patrimônio, sejam alcançadas.
Por exemplo, no curto prazo (até 6 meses), concentre-se em formar a reserva de emergência. No médio prazo (1 a 3 anos), planeje a quitação de dívidas existentes e a realização de projetos como uma viagem. No longo prazo (acima de 5 anos), estabeleça metas de aposentadoria ou aquisição de imóvel.
Determine o grau de necessidade de cada bem ou serviço avaliando seu alinhamento com objetivos pessoais e financeiros e use esse critério para decidir pelas parcelas.
Compare propostas de crédito observando taxas nominais e o CET. Planos com juros mais baixos na parcela podem ter tarifas embutidas que elevam o custo real.
Ao descumprir pagamentos, multas e juros de mora podem transformar uma dívida de curto prazo em uma verdadeira bola de neve. Em caso de dúvidas, busque apoio de um contador ou especialista financeiro.
O planejamento financeiro não é estático. Faça revisões mensais para ajustar valores, readequar categorias de gastos e incluir novas parcelas. Pergunte-se:
Com revisões constantes, você mantém o controle e garante que seu planejamento se adapte a mudanças na renda ou nas prioridades.
Incluir as parcelas no planejamento mensal antes de contratar é um hábito que exige disciplina e rotina, mas oferece benefícios duradouros. Com clareza sobre suas finanças, uso de ferramentas adequadas e reserva de emergência estruturada, você estará preparado para assumir compromissos com segurança e tranquilidade.
Faça desse processo um ritual mensal e veja como suas decisões financeiras se tornam mais conscientes e alinhadas com seus objetivos de vida.
Referências