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Inclua as parcelas no planejamento mensal antes de contratar

Inclua as parcelas no planejamento mensal antes de contratar

26/03/2025 - 11:48
Marcos Vinicius
Inclua as parcelas no planejamento mensal antes de contratar

Ao adquirir um serviço, bem ou financiamento, muitos brasileiros são seduzidos pelas opções de parcelamento sem considerar como as parcelas irão impactar o orçamento doméstico. Tomar decisões financeiras conscientes é essencial para manter o equilíbrio do seu orçamento familiar e garantir que metas de consumo e investimento não sejam postergadas.

Incluir as parcelas no planejamento mensal antes de contratar não é apenas uma boa prática, mas sim um passo fundamental para evitar o endividamento excessivo e surpresas no fim do mês. Neste artigo, vamos explorar cada etapa desse processo.

O que é planejamento financeiro mensal e sua importância

Planejamento financeiro mensal consiste em organizar e acompanhar todas as entradas e saídas de recursos ao longo de cada mês. Planejamento financeiro é a base para manter a saúde econômica a longo prazo e evitar que compromissos fiquem de fora.

Sem um planejamento claro, é comum que parcelas se acumulem e comprometam contas essenciais, como moradia, alimentação e saúde, levando a um ciclo de endividamento.

O papel das parcelas no orçamento doméstico

As parcelas de financiamento, empréstimos ou compras parceladas entram como uma despesa fixa a mais no orçamento. Elas podem atrapalhar o cumprimento de obrigações mensais se não forem devidamente consideradas.

Cada parcela afeta o saldo disponível para outras categorias, como lazer e investimentos. Por isso, antes de contratar, faça uma simulação detalhada para verificar se as parcelas cabem sem comprometer contas essenciais.

Como simular e inserir parcelas futuras no planejamento

O primeiro passo é mapear todas as receitas e despesas atuais. Para isso, siga alguns passos práticos:

  • Liste todas as fontes de renda, considerando salários, freelance e rendimentos de investimentos.
  • Registre todos os gastos em categorias: fixos, variáveis e eventuais.
  • Calcule a folga financeira mensal e reserve parte dela para eventuais imprevistos.

Com esses dados em mãos, simule o valor das parcelas previstas e insira-as no seu histórico de despesas. Observe se o resultado mantém o orçamento equilibrado.

Ferramentas e planilhas recomendadas para controle

Para facilitar a gestão, você pode usar planilhas ou aplicativos que permitem visualizar o peso das parcelas ao longo dos meses. Veja algumas opções gratuitas:

  • Planilha "Meu Bolso em Dia" (Febraban) – permite inserir receitas, despesas e parcelas recorrentes.
  • Tabela Financeira da Serasa – apresenta resumos de dívidas e fluxo de caixa.
  • Planilha de orçamento pessoal da Microsoft – modelo customizável para diferentes perfis.

Essas ferramentas ajudam a acompanhar comprometimento mensal de recursos e a revisar o planejamento com frequência.

Exemplo de cálculo de impacto das parcelas

Imagine que você deseja comprar um eletrodoméstico por R$ 2.400 em 12 vezes de R$ 200. Antes de fechar, é preciso verificar a taxa de juros embutida e o Custo Efetivo Total (CET). Supondo 2% de juros ao mês, a parcela pode subir para R$ 225.

Ao inserir esse valor no orçamento, analise se você tem espaço suficiente para arcar com R$ 225 mensais pelos próximos 12 meses sem descuidar de outras despesas.

Neste cenário, as parcelas representam 9% do total de despesas. Avalie se esse percentual está de acordo com o seu limite de comprometimento de renda.

Reserva de emergência: pré-requisito para assumir compromissos parcelados

Antes de firmar qualquer contrato, é fundamental ter uma reserva de emergência. Especialistas recomendam poupar ao menos 10% da renda mensal. Essa proteção financeira evita que imprevistos obriguem você a atrasar parcelas e sofrer acréscimos de multas e juros.

Com a reserva constituída, você ganha segurança para honrar compromissos e reduzir o risco de endividamento em situações adversas.

Avaliação de prioridades e metas

Defina suas metas de curto, médio e longo prazo. Itens supérfluos devem ficar em segundo plano até que metas mais importantes, como quitar dívidas ou formar patrimônio, sejam alcançadas.

Por exemplo, no curto prazo (até 6 meses), concentre-se em formar a reserva de emergência. No médio prazo (1 a 3 anos), planeje a quitação de dívidas existentes e a realização de projetos como uma viagem. No longo prazo (acima de 5 anos), estabeleça metas de aposentadoria ou aquisição de imóvel.

Determine o grau de necessidade de cada bem ou serviço avaliando seu alinhamento com objetivos pessoais e financeiros e use esse critério para decidir pelas parcelas.

Avaliação do Custo Efetivo Total (CET) e riscos de endividamento

Compare propostas de crédito observando taxas nominais e o CET. Planos com juros mais baixos na parcela podem ter tarifas embutidas que elevam o custo real.

Ao descumprir pagamentos, multas e juros de mora podem transformar uma dívida de curto prazo em uma verdadeira bola de neve. Em caso de dúvidas, busque apoio de um contador ou especialista financeiro.

Ajustes e revisão periódica do planejamento

O planejamento financeiro não é estático. Faça revisões mensais para ajustar valores, readequar categorias de gastos e incluir novas parcelas. Pergunte-se:

  • Estou mantendo o equilíbrio entre receitas e despesas?
  • As parcelas contratadas ainda cabem no orçamento atual?
  • Preciso renegociar ou antecipar algum pagamento?

Com revisões constantes, você mantém o controle e garante que seu planejamento se adapte a mudanças na renda ou nas prioridades.

Incluir as parcelas no planejamento mensal antes de contratar é um hábito que exige disciplina e rotina, mas oferece benefícios duradouros. Com clareza sobre suas finanças, uso de ferramentas adequadas e reserva de emergência estruturada, você estará preparado para assumir compromissos com segurança e tranquilidade.

Faça desse processo um ritual mensal e veja como suas decisões financeiras se tornam mais conscientes e alinhadas com seus objetivos de vida.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

Marcos Vinicius