Em um contexto de instabilidade econômica, muitas pessoas recorrem ao saque no crédito na hora da necessidade. Contudo, essa modalidade representa uma alternativa extremamente onerosa e pode comprometer o orçamento familiar. Ao entender como funcionam as tarifas e juros aplicados, é possível tomar decisões mais conscientes e evitar dívidas inesperadas.
Este artigo detalha os custos atuais de 2025, compara diferentes linhas de crédito e apresenta recomendações práticas para que você mantenha suas finanças sob controle e não seja surpreendido pela armadilha financeira do cartão.
O saque no crédito ocorre quando o cliente utiliza o limite do cartão para retirar dinheiro em espécie, em vez de usar o saldo de conta corrente. Ao optar por essa operação, o valor sacado é somado à fatura do cartão e passa a ter encargos próprios desde o primeiro dia, sem período de carência.
Além disso, incide o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF cobrado imediatamente sobre o saque), o que já aumenta o valor a ser quitado. Essa combinação de taxas e tributos faz com que o saque no crédito seja considerado a forma mais cara de obtenção de recursos em momento de urgência.
Em 2025, os principais bancos aplicam tarifas fixas por operação que variam entre R$ 17,65 e R$ 25,00. Esses valores se juntam aos juros rotativos, que podem ultrapassar 13% a 15% ao mês, resultando em um impacto significativo no bolso do consumidor.
Somam-se a isso os juros do crédito rotativo, conhecidos por serem extremamente elevados no mercado brasileiro, geralmente acima de 400% ao ano. Essa taxa incide diariamente sobre o saldo devedor, tornando o custo final ainda mais alto do que parece à primeira vista.
Para compreender melhor por que o saque no crédito se mostra desvantajoso, é importante compará-lo com outras alternativas disponíveis ao consumidor.
Enquanto o consignado oferece taxas muito menores e sem tarifa, o saque em conta corrente se limita a cobranças bem inferiores às do crédito, desde que não ultrapasse a franquia mensal gratuita.
Optar regularmente pelo saque no crédito pode acarretar uma série de problemas financeiros, que vão muito além do valor efetivamente retirado.
Em uma simulação prática, ao sacar R$ 500 em um banco com tarifa de R$ 18 e juros mensais de 15%, o consumidor terá, após um mês sem pagamento integral, um débito de cerca de R$ 593 (considerando IOF aproximado de 6,38%). Se a quitação for postergada para seis meses, o valor poderá ultrapassar os R$ 900, aumentando consideravelmente as chances de inadimplência.
Para evitar o ciclo de endividamento gerado pelos saques no crédito, é fundamental adotar medidas preventivas e avaliar outras opções de crédito.
Além disso, manter um controle rigoroso do orçamento mensal e utilizar aplicativos de gestão financeira ajuda a identificar gastos supérfluos e redirecionar recursos para uma reserva de emergência.
Para reforçar o controle, elabore um orçamento familiar detalhado, estabeleça metas de poupança mensais, mesmo que pequenas, e monitore constantemente saldos bancários e faturas de cartão. Essas ações colaboram para a criação de um fundo de emergência, reduzindo a dependência de operações onerosas.
Em síntese, o saque no crédito deve ser encarado como último recurso. Com alternativas com juros significativamente menores e hábitos saudáveis de gestão financeira, é possível manter as contas equilibradas e evitar o efeito bola de neve das dívidas.
Invista em conhecimento financeiro, compare produtos de crédito e priorize formas mais baratas de obter recursos. Seu futuro financeiro agradecerá, e o peso das tarifas e juros altos ficará apenas na lembrança.