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Evite saques no crédito devido ao custo elevado

Evite saques no crédito devido ao custo elevado

24/05/2025 - 17:53
Matheus Moraes
Evite saques no crédito devido ao custo elevado

Em um contexto de instabilidade econômica, muitas pessoas recorrem ao saque no crédito na hora da necessidade. Contudo, essa modalidade representa uma alternativa extremamente onerosa e pode comprometer o orçamento familiar. Ao entender como funcionam as tarifas e juros aplicados, é possível tomar decisões mais conscientes e evitar dívidas inesperadas.

Este artigo detalha os custos atuais de 2025, compara diferentes linhas de crédito e apresenta recomendações práticas para que você mantenha suas finanças sob controle e não seja surpreendido pela armadilha financeira do cartão.

O que são saques no crédito e como funcionam

O saque no crédito ocorre quando o cliente utiliza o limite do cartão para retirar dinheiro em espécie, em vez de usar o saldo de conta corrente. Ao optar por essa operação, o valor sacado é somado à fatura do cartão e passa a ter encargos próprios desde o primeiro dia, sem período de carência.

Além disso, incide o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF cobrado imediatamente sobre o saque), o que já aumenta o valor a ser quitado. Essa combinação de taxas e tributos faz com que o saque no crédito seja considerado a forma mais cara de obtenção de recursos em momento de urgência.

Custos diretos dos saques no crédito em 2025

Em 2025, os principais bancos aplicam tarifas fixas por operação que variam entre R$ 17,65 e R$ 25,00. Esses valores se juntam aos juros rotativos, que podem ultrapassar 13% a 15% ao mês, resultando em um impacto significativo no bolso do consumidor.

  • Santander: de R$ 17,65 a R$ 18,25 por saque em correspondente bancário.
  • BRB: R$ 19,90 para saques nacionais e R$ 25,00 para retiradas no exterior.

Somam-se a isso os juros do crédito rotativo, conhecidos por serem extremamente elevados no mercado brasileiro, geralmente acima de 400% ao ano. Essa taxa incide diariamente sobre o saldo devedor, tornando o custo final ainda mais alto do que parece à primeira vista.

Comparação com outras modalidades de crédito

Para compreender melhor por que o saque no crédito se mostra desvantajoso, é importante compará-lo com outras alternativas disponíveis ao consumidor.

Enquanto o consignado oferece taxas muito menores e sem tarifa, o saque em conta corrente se limita a cobranças bem inferiores às do crédito, desde que não ultrapasse a franquia mensal gratuita.

Consequências do uso frequente do saque no crédito

Optar regularmente pelo saque no crédito pode acarretar uma série de problemas financeiros, que vão muito além do valor efetivamente retirado.

  • Crescimento acelerado da dívida: os juros compostos do rotativo fazem o saldo devedor aumentar rapidamente.
  • Acúmulo de tarifas em cada operação, elevando o custo total.
  • Incidência de IOF sobre cada saque, encarecendo ainda mais a transação.
  • Comprometimento do limite do cartão, que fica indisponível para compras.

Em uma simulação prática, ao sacar R$ 500 em um banco com tarifa de R$ 18 e juros mensais de 15%, o consumidor terá, após um mês sem pagamento integral, um débito de cerca de R$ 593 (considerando IOF aproximado de 6,38%). Se a quitação for postergada para seis meses, o valor poderá ultrapassar os R$ 900, aumentando consideravelmente as chances de inadimplência.

Recomendações e alternativas ao saque no crédito

Para evitar o ciclo de endividamento gerado pelos saques no crédito, é fundamental adotar medidas preventivas e avaliar outras opções de crédito.

  • Empréstimos consignados mais baratos: com juros entre 1,59% e 1,80% ao mês, são indicados para servidores públicos, aposentados e pensionistas.
  • Empréstimos pessoais com taxas menores: comparar ofertas de diferentes instituições pode gerar economia significativa.
  • Organizar despesas evita emergências: criar um fundo de reserva para imprevistos impede a necessidade de operações onerosas.
  • Negociar dívidas ativas: em caso de saldo devedor, renegociar com o banco pode reduzir juros e parcelar o valor.

Além disso, manter um controle rigoroso do orçamento mensal e utilizar aplicativos de gestão financeira ajuda a identificar gastos supérfluos e redirecionar recursos para uma reserva de emergência.

Para reforçar o controle, elabore um orçamento familiar detalhado, estabeleça metas de poupança mensais, mesmo que pequenas, e monitore constantemente saldos bancários e faturas de cartão. Essas ações colaboram para a criação de um fundo de emergência, reduzindo a dependência de operações onerosas.

Em síntese, o saque no crédito deve ser encarado como último recurso. Com alternativas com juros significativamente menores e hábitos saudáveis de gestão financeira, é possível manter as contas equilibradas e evitar o efeito bola de neve das dívidas.

Invista em conhecimento financeiro, compare produtos de crédito e priorize formas mais baratas de obter recursos. Seu futuro financeiro agradecerá, e o peso das tarifas e juros altos ficará apenas na lembrança.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes