Em um cenário de juros elevados e retração no crédito, muitos brasileiros ainda recorrem ao empréstimo para realizar desejos imediatos, comprometendo o futuro financeiro. Entender os riscos e buscar alternativas é essencial para manter o equilíbrio orçamentário.
Tomar empréstimo para financiar viagens, eletrônicos ou festas pode parecer uma solução rápida, mas traz taxas de juros mais altas do mundo, fazendo o valor final pago crescer exponencialmente.
O Brasil possui uma das taxas de juros pessoais mais elevadas globalmente. Isso se reflete em parcelas que podem ultrapassar em muito o preço à vista, devido aos efeitos dos juros compostos.
Ao optar pelo crédito apenas para satisfazer um desejo momentâneo, o consumidor assume um risco de endividamento crônico. Comprometer renda futura sem ganho patrimonial pode gerar um ciclo difícil de quebrar.
Mesmo empréstimos consignados, com limite de 35% do salário comprometido, podem causar dificuldade para arcar com outras despesas, resultando em inadimplência e sobrecarga financeira.
Nos últimos 12 meses até julho de 2023, a procura por crédito entre consumidores brasileiros caiu 14%, sem que nenhum estado apresentasse crescimento na busca por empréstimos. Em 2023, houve um recuo de 12,3% em relação ao ano anterior.
Mesmo com o corte da taxa Selic para 13,25% ao ano em agosto de 2023, os juros ao consumidor permanecem altos, elevando os custos de operações de crédito pessoal, cartão e cheque especial.
Em março de 2025, mais de 15 milhões de simulações de empréstimos com juros menores foram contabilizadas, indicando alta procura apesar dos alertas para uso moderado.
É fundamental distinguir o crédito para investimento daquele para consumo imediato. O primeiro pode incluir:
Em contraste, o crédito para consumo impulsivo não gera retorno financeiro e pode levar a um comprometer a renda futura sem ganho.
Antes de solicitar qualquer empréstimo, considere estas orientações:
Buscar as menores taxas, comparar ofertas e calcular o impacto das prestações ajuda a evitar surpresas no orçamento.
O ciclo de crédito fácil alimenta a cultura de recorrer a empréstimos como complemento de renda, especialmente em épocas de crise. Isso pode gerar ansiedade, estresse e sensação de falta de controle sobre a própria vida financeira.
Em nível social, famílias endividadas tendem a reduzir gastos essenciais, afetando a qualidade de vida e o bem-estar de todos os membros.
Comparado a países europeus, o volume de crédito no Brasil é menor, mas concentra-se em poucos bancos com taxas altas, tornando o acesso menos democrático e mais arriscado.
Para fortalecer sua saúde financeira, comece criando uma reserva de emergência que cubra pelo menos três meses de despesas. Isso reduz a necessidade de recorrer a empréstimos em imprevistos.
Adote o hábito de anotar gastos diários, categorizá-los e revisá-los mensalmente. Pequenas economias acumuladas podem financiar objetivos sem entrar em dívida.
Procure capacitação em educação financeira, com cursos gratuitos oferecidos por instituições públicas e organizações sem fins lucrativos. Conhecimento é a base para decisões mais conscientes.
Evitar o crédito para consumo imediato não significa abrir mão de sonhos, mas sim planejar passos sólidos em direção a eles. Ao priorizar o equilíbrio orçamentário, você preserva sua liberdade financeira e reduz o estresse cotidiano.
Decisões conscientes hoje pavimentam um futuro mais seguro e tranquilo. Reavalie seus hábitos de consumo e faça do planejamento seu maior aliado.
Referências