Em um cenário econômico desafiador, é fundamental entender como as taxas de juros afetam diretamente o seu bolso e seu futuro financeiro. Ao conhecer as opções disponíveis e as regras do mercado, você pode tomar decisões mais seguras e manter suas finanças equilibradas.
O ano de 2025 tem se destacado por alta taxa de juros do mercado, reflexo de uma política monetária restritiva e de indicadores de inadimplência em elevação. Em abril, a taxa média dos empréstimos bancários no Brasil alcançou 57,4% ao ano, número significativamente acima dos 37,2% registrados em dezembro de 2020.
Historicamente, desde 1994, a média anual tem sido de 72,11%, com picos de 254,28% em 1995. As projeções do mercado indicam uma tendência de redução gradual: estimativas apontam para cerca de 54% ao final de 2025 e 51,5% em 2026.
No crédito livre (sem garantia e não consignado), a taxa média em fevereiro de 2025 chegou a 43,7% ao ano, refletindo um aumento de 1,5 ponto percentual em relação ao mês anterior. Esse movimento acompanha a elevação da Selic, que se manteve em 14,25% ao ano naquele período.
Por sua vez, o crédito consignado apresenta taxas muito mais atrativas, devido ao desconto em folha e ao menor risco de inadimplência. Para aposentados e pensionistas do INSS, a taxa mensal pode chegar a 1,85% (aproximadamente 24,6% ao ano); no caso de servidores públicos, a média fica em 1,8% ao mês, enquanto trabalhadores CLT pagam entre 2% e 5% ao mês (cerca de 26,8% a 79,6% ao ano).
Contratar um empréstimo com juros acima da média do mercado pode desencadear diversos problemas financeiros. A rápida acumulação de encargos e a incidência de "juros sobre juros" podem resultar em um superendividamento familiar e colocar em risco o planejamento de longo prazo.
O alto nível de inadimplência (4,4% no crédito livre em 2025) leva os bancos a elevar ainda mais os spreads, que atingiram 28,2 pontos percentuais. Isso amplia o custo efetivo total do empréstimo, penalizando quem já enfrenta dificuldades financeiras.
Para garantir uma decisão mais consciente e econômica, é preciso adotar boas práticas desde a pesquisa inicial até a assinatura do contrato. Confira algumas orientações:
O Banco Central e os órgãos de defesa do consumidor estabelecem regras claras para a oferta de crédito. Todas as instituições devem apresentar o CET (Custo Efetivo Total), detalhando taxas, impostos e seguros incluídos.
Além disso, o consumidor tem direito à portabilidade de crédito, permitindo transferir a dívida para outro credor com taxas mais vantajosas. As ofertas publicitárias são regulamentadas para evitar promessas enganosas e enfatizar riscos, garantindo maior transparência no mercado.
Manter as finanças organizadas e o consumo sob controle é essencial para não depender de empréstimos caros. Algumas práticas podem ajudar a fortalecer sua estabilidade econômica:
• Elabore um orçamento mensal e acompanhe seus gastos regularmente.
• Faça uso de ferramentas digitais para monitorar entradas e saídas.
• Priorize o pagamento integral da fatura do cartão, evitando o roteio de dívidas.
• Estabeleça uma reserva de emergência equivalente a, no mínimo, três meses de despesas fixas.
Com disciplina e conhecimento, é possível manter o controle das finanças e evitar uso consciente do crédito pessoal, garantindo paz de espírito e maior segurança para o futuro.
Ao seguir essas orientações e optar por produtos de crédito mais vantajosos, você estará mais preparado para enfrentar os desafios econômicos de 2025, evitando armadilhas financeiras e construindo uma trajetória sólida rumo à independência econômica.
Referências