Em um cenário global cada vez mais competitivo, o agronegócio brasileiro reafirma seu papel decisivo na economia do país. Os dados recentes evidenciam recordes históricos e desafios que moldam o futuro desse setor estratégico.
Este artigo explora os principais números, mercados de destino, inovações e perspectivas, oferecendo uma visão abrangente para profissionais, investidores e entusiastas do tema.
Nos últimos anos, o Brasil consolidou-se como maior exportador mundial de commodities agropecuárias, superando tradições como os Estados Unidos. Em 2024, as vendas externas do setor atingiram US$ 137,7 bilhões, cifra equivalente a um avanço de US$ 14,4 bilhões em relação aos concorrentes diretos.
Esse desempenho foi impulsionado por safras recordes e variações nos mercados internacionais, notadamente em função da guerra comercial entre EUA e China. A escassez de oferta norte-americana levou a China a intensificar compras do Brasil, elevando nossa presença no mercado asiático.
O agronegócio brasileiro apresenta um mix diversificado de produtos cuja relevância econômica se confirma em volumes e valores exportados. Entre março e maio de 2025, destacaram-se:
No acumulado do primeiro bimestre de 2025, os seis setores de maior destaque representaram 79,2% das exportações do setor, conforme mostra a tabela a seguir.
A China permanece como principal compradora, respondendo por mais de metade das vendas externas de commodities brasileiras. Só em soja, o país asiático absorveu US$ 2,3 bilhões (77,8% das exportações do produto no período).
Além disso, a União Europeia e países do Sudeste Asiático e Oriente Médio ganham relevância crescente, impulsionados por acordos comerciais e demanda por insumos sustentáveis.
O Brasil elevou suas exportações graças ao ganho de produtividade por hectare e à adoção de inovações em ciência e tecnologia. Ferramentas de agricultura de precisão e biotecnologia permitiram obter mais grãos e proteínas com menor impacto ambiental.
O investimento em pesquisa, tanto pública quanto privada, tornou possível multiplicar a produção de carne de frango em 65 vezes entre 1976 e 2018. Além disso, a incorporação de novos biomas, como o cerrado, ampliou a capacidade produtiva sem pressionar áreas de floresta nativa.
As parcerias internacionais e as missões técnicas facilitaram a troca de conhecimento, aprimorando práticas de manejo e armazenamento, essenciais para manter a qualidade exigida pelos mercados mais exigentes.
Embora o setor registre recordes, existem desafios e sazonais do mercado que merecem atenção. No início de 2025, registrou-se uma retração de 4% nos valores exportados do agronegócio devido à queda de preços da soja e do milho, tradicionalmente mais voláteis.
Essas variações sazonais exigem estratégias de hedge e contratos futuros para proteger produtores e tradings de oscilações abruptas. A diversificação de produtos e mercados também é vital para mitigar riscos.
O agronegócio não se resume apenas aos números de exportação; ele tem impacto direto na geração de renda de milhões de brasileiros, além de gerar empregos em toda a cadeia produtiva.
Para manter o protagonismo, o setor deve focar em sustentabilidade, ampliando práticas de manejo regenerativo e reduzindo a pegada de carbono. A adoção de certificações ambientais e sociais agrega valor aos produtos e atende a um consumidor global cada vez mais consciente.
Além disso, a digitalização das cadeias de suprimentos e a rastreabilidade garantem eficiência logística, diminuem custos e fortalecem a imagem do Brasil como fornecedor confiável.
Com um histórico de crescimento sólido e uma base tecnológica robusta, o agronegócio brasileiro está preparado para novos desafios. A busca por mercados emergentes, aliada à sustentabilidade e à inovação, será determinante para consolidar ainda mais a posição do Brasil no comércio global.
É fundamental que produtores, investidores e tomadores de decisão trabalhem em conjunto, promovendo políticas públicas e privadas que incentivem a pesquisa, protejam o meio ambiente e elevem a qualidade dos produtos.
Assim, manteremos o Brasil na vanguarda das exportações agrícolas, garantindo desenvolvimento econômico, social e ambiental para as próximas gerações.
Referências