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Combine fundos de diferentes gestoras para diversificar

Combine fundos de diferentes gestoras para diversificar

26/06/2025 - 10:29
Matheus Moraes
Combine fundos de diferentes gestoras para diversificar

Em um cenário financeiro cada vez mais dinâmico, ampla diversificação usando poucos veículos tornou-se essencial para investidores que buscam resiliência e performance. Ao combinar fundos geridos por diferentes gestoras, é possível diluir riscos específicos e aproveitar expertises complementares.

Neste artigo, exploramos em profundidade o conceito de diversificação com múltiplos veículos, apresentamos dados de mercado, exemplos práticos, benefícios, limitações e orientações para montar uma carteira robusta.

Por que diversificar com fundos de diferentes gestoras?

Uma única gestora aplica suas próprias convicções e metodologia de alocação. Ao distribuir recursos entre casas distintas, o investidor alcança uma redução do risco específico associado a decisões pontuais de um único time. Além disso, gestão profissional de diferentes especialistas amplia o leque de estratégias acessíveis.

Fundos multimercado, renda fixa, ações ou alternativas apresentados por equipes diversas tendem a reagir de maneira distinta a choques macroeconômicos, ciclos de mercado ou choques setoriais. Isso fortalece a estabilidade da carteira e potencializa retornos ajustados ao risco.

Benefícios principais da combinação entre gestoras

Combinar fundos de diferentes casas oferece vantagens concretas:

  • Soluções inovadoras e acessíveis: plataformas agregadoras simplificam aquisição e rebalanceamento.
  • Exposição global sem burocracia: ETPs e ETFs de gestoras estrangeiras permitem acesso a mercados internacionais.
  • Baixos custos operacionais comparados à montagem de carteira própria, evitando fees on fees e complexidades tributárias.

Esses benefícios tornam a diversificação com múltiplas gestoras atrativa tanto para investidores iniciantes quanto para os mais experientes.

Aspectos quantitativos

No Brasil, fundos multimercado geriram, em 2023, mais de R$ 1,5 trilhão em ativos, distribuídos em centenas de estratégias. No âmbito global, o mercado de ETPs soma trilhões de dólares, com milhares de opções que replicam índices de ações, crédito e commodities.

Segundo dados recentes, portfólios que combinam três a cinco fundos distintos apresentam, em média, 15% menos volatilidade anual do que carteiras concentradas em um único veículo, mantendo retornos semelhantes ou superiores no longo prazo.

Como combinar fundos de diferentes gestoras

O processo de seleção deve ser estruturado:

  • Definir perfil de risco e horizonte de investimento.
  • Escolher classes de ativos complementares (renda fixa, ações, multimercados, alternativos).
  • Mesclar gestão ativa e passiva para equilibrar custos e oportunidades de alpha.
  • Investigar histórico e transparência das gestoras.

Veja um exemplo prático de composição, considerando quatro fundos de diferentes casas:

Após montar a carteira, é crucial realizar análise regular das posições e rebalancear conforme desvio percentual definido, preservando o nível de risco desejado.

Tipos de produtos mais usados na combinação

Cada classe de ativo traz características próprias:

  • Fundos Multimercado: alta flexibilidade de alocação, ideal para suavizar a volatilidade.
  • Fundos de Renda Fixa e Ações: permitem ajuste fino de risco e retorno.
  • ETFs e ETPs: multiplicam a exposição internacional de forma simples.
  • Fundos Alternativos: private equity, infraestrutura e crédito estruturado, voltados a diversificação de nichos.

Cuidados e limitações

Embora atrativa, a diversificação entre gestoras exige atenção:

Convergência de portfólios pode gerar risco de concentração não intencional: fundos diferentes podem carregar ativos em comum. Sempre verifique relatórios periódicos para evitar sobreposição excessiva.

Custos combinados, especialmente taxas de administração e performance, devem ser monitorados para não reduzir ganhos potenciais. Além disso, investidores qualificados podem enfrentar regras específicas para acessar produtos internacionais, de acordo com a regulamentação da CVM.

Tendências e inovações no Brasil e exterior

No Brasil, cresce o número de plataformas abertas que agregam fundos de múltiplas gestoras em um único ambiente, reduzindo conflitos de interesse e facilitando a escolha.

Ferramentas de composição baseadas em algoritmos também ganham espaço, recomendando alocações automáticas alinhadas ao perfil do investidor. Internacionalmente, observa-se maior adesão a ETPs de setores temáticos e ESG, ampliando horizontes de diversificação.

Orientação ao investidor

Para aproveitar ao máximo essa estratégia:

  • Defina objetivos claros, prazos e tolerância ao risco.
  • Analise relatórios de desempenho e converse com consultores independentes.
  • Prefira gestoras com histórico consolidado e transparência nos processos.
  • Reavalie periodicamente a carteira e ajuste as alocações conforme mudanças de cenário.

Com disciplina e conhecimento, combinar fundos de diferentes gestoras pode transformar seu portfólio, equilibrando segurança e potencial de retorno no longo prazo.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes