Com as eleições de 2026 se aproximando, o mercado nacional experimenta um aumento expressivo na volatilidade. Entre incertezas políticas e pressões econômicas, investidores buscam formas de navegar em um ambiente cheio de ruídos e riscos.
O governo Lula 3 inicia 2025 com a base parlamentar fragmentada, exigindo acordos constantes para aprovar medidas. Essa governabilidade depende fortemente de articulações, ampliando a percepção de instabilidade institucional.
A inelegibilidade de Jair Bolsonaro deixa a direita sem um nome natural, abrindo espaço para candidaturas alternativas. Embora Tarcísio de Freitas seja cotado, sua adesão depende de interesses regionais e estratégicos.
Enquanto isso, grandes partidos concentram seus esforços em consolidar bancadas estaduais, em vez de formar uma chapa nacional unificada. Essa descentralização eleitoral pode gerar alianças imprevisíveis e aumentar o grau de incerteza.
Em dezembro, o IBC-Br recuou 0,73%, sinalizando que o ritmo de expansão do PIB poderá desacelerar em 2025. Atualmente, a previsão oficial aponta para um crescimento de 2%, sujeito a revisão caso as condições políticas e fiscais se deteriorem.
A pressão inflacionária persiste, e o Banco Central tem mantido a Selic em patamares elevados para conter a alta de preços. Esse ambiente de juros altos e incerteza econômica provoca pressão inflacionária e manutenção de juros elevados, reduzindo o apetite por riscos.
O governo tem adotado medidas anticíclicas, como expansão do crédito público e incentivos fiscais para as camadas de menor renda. No entanto, o aumento do gasto público e risco fiscal reacende dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas e eleva o risco-país.
Além disso, a confiança dos investidores, tanto locais quanto estrangeiros, vem recuando. A percepção de que a administração pública pode perder o controle das contas nacionais alimenta a aversão ao risco e acentua as oscilações de preços de ativos.
No ambiente eleitoral, a divisão entre estratégias de banqueiros e fundos de investimento torna-se evidente. Enquanto alguns apostam na continuidade de Lula até o segundo turno de 2026, outros antecipam reações negativas a qualquer sinal de descontrole fiscal.
A cotação do dólar segue sob pressão, refletindo a fuga de capital e o aumento da demanda por hedge cambial. Isso evidencia a queda de confiança do investidor e a necessidade de proteção contra riscos externos.
O mercado de ações brasileiro já registra maior rotatividade, com investidores realocando carteiras entre papéis defensivos e ativos de maior risco. Ao mesmo tempo, o campo e o setor agroindustrial exibem resiliência, sustentados por uma safra abundante e alta demanda global.
No setor de renda fixa, títulos públicos apontam para prêmios maiores diante do crescimento da dívida e da incerteza sobre o controle fiscal. É um cenário que exige atenção contínua para o gerenciamento de riscos.
Em um contexto tão volátil, é essencial adotar práticas que combinem proteção e oportunidade. A diversificação e o uso de instrumentos de mitigação de risco são cruciais.
Além das táticas tradicionais, a atenção constante a indicadores políticos e econômicos pode fornecer insights valiosos. Ferramentas de análise de sentimento político ajudam a antecipar movimentos bruscos do mercado.
Por fim, manter um olhar estratégico de médio e longo prazo é fundamental. A volatilidade de curto prazo pode criar oportunidades para rebalancear carteiras e capturar ganhos quando o cenário se estabilizar.
Em resumo, o ambiente eleitoral de 2025-2026 trará desafios inéditos ao mercado nacional. No entanto, com uma abordagem disciplinada, informada e diversificada, é possível não apenas proteger o capital, mas também identificar oportunidades de crescimento. A chave está em combinar o conhecimento dos riscos políticos, o controle das variáveis econômicas e a execução de estratégias financeiras robustas.
Referências