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Cartão empresarial exige gestão apartada do pessoal

Cartão empresarial exige gestão apartada do pessoal

27/06/2025 - 22:24
Robert Ruan
Cartão empresarial exige gestão apartada do pessoal

Desde o início de 2025, a Receita Federal intensificou o escrutínio de operações financeiras para aprimorar a transparência e combater a evasão fiscal. Nesse cenário, a separação clara entre finanças empresariais e pessoais tornou-se mais do que uma boa prática: é uma exigência legal. Misturar gastos em um único cartão ou conta expõe empresas e profissionais a riscos elevados de autuação, multas e complicações contábeis.

Entendendo o novo cenário regulatório

A Instrução Normativa 2.219/2024, em vigor desde 1º de janeiro de 2025, eleva o grau de detalhamento das informações financeiras transmitidas pelas instituições ao Fisco. Uma plataforma moderna, a e-Financeira, substituiu o sistema Decred e permite o cruzamento de dados com base em padrões internacionais.

Os limites mensais que disparam a obrigatoriedade de reporte subiram consideravelmente:

  • R$ 5.000 para pessoas físicas.
  • R$ 15.000 para pessoas jurídicas ou físicas com conta PJ.

Além dos valores, bancos, fintechs e operadoras de cartão devem informar dados como cliente, finalidade da operação, descontos aplicados e tributos retidos. Esse monitoramento intensificado de transações visa identificar discrepâncias entre o fluxo de caixa declarado e os gastos realizados.

Riscos da confusão patrimonial

Quando o cartão empresarial é usado para despesas pessoais, ou vice-versa, cria-se um cenário de confusão patrimonial e risco fiscal. A Receita pode questionar lançamentos sem suporte contábil, desconfiar de tentativa de ocultação de receita e aplicar multas ou glosas fiscais.

Em casos extremos, a má gestão financeira leva à desconsideração da personalidade jurídica. Sócios podem ter seus patrimônios pessoais atingidos para cobrir responsabilidades fiscais. Profissionais autônomos e MEIs que recebem pagamentos em conta pessoal também entram no radar, aumentando a exposição a autuações.

Boas práticas de controle e gestão

Para evitar problemas e simplificar a administração financeira, seguem recomendações fundamentais:

  • Utilize exclusivamente contas e cartões PJ para despesas da empresa.
  • Formalize todas as entradas e saídas com notas fiscais ou recibos.
  • Separe categorias de gastos em sistemas de gestão financeira integrados.
  • Realize conciliações periódicas entre extratos e registros contábeis.
  • Registre adiantamentos de sócios ou pró-labore em documentos formais.

Esses procedimentos fortalecem a escrituração contábil e reduzem riscos de inconsistências que podem gerar questionamentos.

Comparativo de limites antes e depois de 2025

Impactos práticos na rotina empresarial

Fintechs e bancos digitais têm adaptado suas soluções para atender às exigências da IN 2.219/2024. Faturas de cartão empresarial estão mais detalhadas, com categorização automática de despesas, alertas de limites e relatórios exportáveis para auditoria.

Ferramentas de gestão financeira integradas permitem a conciliação bancária em tempo real, identificando lançamentos atípicos e evitando que gastos pessoais sejam inadvertidamente classificados como despesas do negócio.

Empresas que adotam boas práticas reduzem em até 80% o tempo dedicado à conferência manual de faturas e relatórios, liberando recursos para atividades estratégicas.

Consequências da má gestão financeira

Ignorar a gestão apartada implica em:

  • Multas e bloqueio de CNPJ em casos de repetição de inconsistências.
  • Dificuldade para obtenção de crédito e financiamentos.
  • Perda de confiança de investidores e parceiros.
  • Exposição a auditorias fiscais e processos judiciais.

Em última instância, a desorganização financeira compromete a sustentabilidade do negócio e pode levar à insolvência.

Conclusão e recomendações finais

No Brasil de 2025, a separação de contas e cartões para gastos pessoais e empresariais não é apenas uma medida de organização: é exigência legal e proteção contra riscos fiscais. Adotar práticas sólidas de controle, apoiar-se em sistemas tecnológicos e manter documentação rigorosa são passos essenciais para garantir a saúde financeira e a conformidade tributária.

Empresários e profissionais autônomos devem revisar processos, treinar equipes e contar com apoio contábil especializado. Assim, fortalecem sua reputação, reduzem custos operacionais e têm tranquilidade para focar no crescimento do negócio.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

Robert Ruan