O setor de seguros no Brasil vive um momento de transformação profunda. Movido por avanços tecnológicos e pela demanda de um público cada vez mais exigente, o mercado se reposiciona para aproveitar o potencial de crescimento projetado para 2025. Com estimativas de participação entre 6,4% e 7,4% do PIB e uma taxa de expansão de aproximadamente 10,1%, a digitalização surge como o principal motor dessa evolução.
Mais do que uma simples mudança de ferramentas, trata-se de uma verdadeira revolução na forma de precificar riscos e atender clientes. Acompanhar esse movimento exige visão estratégica, investimentos em tecnologia e uma cultura aberta à inovação. Neste artigo, exploramos como as seguradoras podem se preparar e se destacar nesse cenário promissor.
O processo de transformação digital foi acelerado nos últimos anos, impulsionado por necessidades de sustentabilidade, cibersegurança e eficiência operacional. Ferramentas baseadas em inteligência artificial e Big Data deixaram de ser diferenciais para se tornarem centrais na rotina de seguradoras e corretoras.
Entre os principais vetores tecnológicos, destacam-se:
De acordo com projeções da Gartner, 75% das interações em corretoras de seguros serão mediadas por chatbots até 2025, demonstrando o poder da atendimento digital em tempo real e da automação para reduzir custos e aumentar a satisfação do cliente.
Nos últimos anos, as seguradoras passaram a ver os dados como ativos estratégicos. Mais de 70% das companhias direcionam orçamentos robustos para iniciativas de analytics e data lakes, capazes de integrar múltiplas fontes de informação e gerar insights preditivos.
O conceito de Open Insurance, inspirado pelo Open Banking, avança como prática que favorece a interoperabilidade entre instituições. A adoção de práticas de Open Insurance seguras promove maior transparência e permite ofertas personalizadas, consolidando a confiança do consumidor.
Esse investimento em infraestrutura de dados não apenas otimiza processos internos, mas também sustenta a criação de produtos flexíveis e customizados, fortalecendo o posicionamento competitivo das empresas no mercado.
O perfil do consumidor de seguros mudou radicalmente. Hoje, espera-se agilidade no fechamento de propostas, personalização de cobertura e acesso a canais digitais intuitivos. O tempo de resposta e a qualidade do atendimento tornaram-se diferenciais essenciais.
Para responder a essas expectativas, as empresas adotam ferramentas de assinatura eletrônica, contratos digitais e portais de autoatendimento. A jornada do cliente, antes repleta de burocracias, passa a seguir um fluxo simples e transparente, valorizando cada interação e aumentando o engajamento.
Com isso, surge uma oportunidade única de fortalecer o relacionamento e criar programas de fidelidade que premiem hábitos de vida saudáveis e comportamentos de baixo risco.
À medida que a digitalização avança, crescem as ameaças cibernéticas e os riscos associados ao uso intensivo de informações sensíveis. Investir em infraestrutura de segurança e em programas de compliance passa a ser imperativo para proteger dados de clientes e garantir a conformidade regulatória.
Além disso, a crise climática e a variabilidade de eventos extremos reforçam a necessidade de gestão de riscos ambientais alinhada às políticas de sustentabilidade. Seguros atrelados à prevenção e mitigação de desastres naturais ganham espaço, respondendo a um novo patamar de consciência ambiental.
Startups de seguros, conhecidas como insurtechs, trazem agilidade e espírito inovador ao ecossistema. Com soluções escaláveis e uso intensivo de tecnologia, elas desafiam modelos tradicionais e provocam transformações que reverberam em toda a cadeia.
Parcerias entre grandes grupos seguradores e insurtechs viabilizam o acesso a novas ferramentas e aceleram o processo de modernização. Essas colaborações permitem explorar nichos de mercado, testar produtos em ambientes controlados e expandir o alcance geográfico com menor tempo de implementação.
Investir em inovação e promover uma cultura organizacional flexível são atitudes fundamentais para manter a relevância e garantir um crescimento sustentável no longo prazo.
O segmento de seguros no Brasil está apenas começando a explorar todo o potencial da digitalização. A convergência de tecnologias, dados e novos modelos de negócios abre caminho para ofertas mais acessíveis, processos mais eficientes e maior inclusão financeira.
Algumas tendências se destacam para os próximos anos:
Essa combinação de tecnologia e inovação cria um ambiente fértil para que seguradoras se reinventem, garantindo crescimento e relevância em um mercado cada vez mais competitivo.
Em síntese, a digitalização representa uma transformação profunda no segmento de seguros, permitindo maior eficiência, personalização e segurança. Para aproveitar esse momento, é essencial adotar uma visão estratégica, investir em tecnologia e cultivar uma cultura voltada à inovação. Assim, seguradoras e insurtechs estarão prontas para surfar na onda de oportunidades que se desenha para a década de 2020 e além.
Referências