Desde 2021, o Brasil testemunha uma revolução no setor financeiro com o surgimento do Open Banking, que rapidamente evoluiu para o conceito mais amplo de Open Finance. Essa transformação, impulsionada por avanços tecnológicos e iniciativas regulatórias, tem promovido um ambiente financeiro mais competitivo e dinâmico, beneficiando consumidores, empresas e o próprio mercado.
Com a consolidação da fase 4, que integra dados bancários, de investimentos, seguros e outros produtos financeiros, o ecossistema se expande, trazendo novas oportunidades para fintechs, cooperativas e até empresas de comércio eletrônico. Essa evolução também reflete o compromisso do Banco Central em estimular a inovação e a inclusão.
O processo de implantação foi dividido em quatro fases, culminando em 2023 com a integração completa dos serviços financeiros. Na fase 1, os dados de instituições financeiras eram trocados; na fase 2, iniciadores de pagamento puderam gerenciar contas; na fase 3, houve o compartilhamento de produtos de investimentos e seguros; finalmente, a fase 4 consolidou o conceito de Open Finance, englobando todo o ecossistema.
Especialistas apontam que a curva de adoção seguirá trajetória semelhante ao Internet Banking, levando cerca de uma década para maturar completamente. Enquanto isso, o mercado observa um aumento gradual no número de consentimentos e na oferta de serviços, o que demonstra o potencial transformador dessa iniciativa regulatória.
Em junho de 2024, o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional publicaram a Resolução Conjunta nº 10, ampliando e flexibilizando a participação no Open Finance. A partir de 1º de janeiro e 1º de julho de 2025, conforme a alteração, diversas instituições se tornam obrigadas a aderir ao sistema.
Entre as principais mudanças:
Dados da Pesquisa de Tecnologia Bancária Febraban 2024 revelam um recorde histórico de transações bancárias no país. O mobile banking, impulsionado pelo Pix, domina as operações diárias, enquanto o internet banking mantém sua relevância em investimentos.
O Brasil é reconhecido internacionalmente como um dos ecossistemas de open finance mais avançados do mundo, o que atrai investimentos e colaborações internacionais.
A principal vantagem do Open Finance é a redução da concentração bancária. Antes, dados ficavam retidos em grandes instituições. Agora, o consumidor pode autorizar o compartilhamento, permitindo ofertas de crédito mais personalizadas e taxas competitivas.
Para as PMEs, esse ambiente se traduz em acesso a serviços e condições mais justas. Considerando que mais da metade dos trabalhadores está em empresas com até cinco funcionários, a democratização do crédito e dos serviços financeiros é essencial.
A competição intensa estimula a expansão do embedded finance em diferentes setores. Empresas de varejo, tecnologia e marketplaces começam a oferecer carteiras digitais e cartões de crédito personalizados integrados a seus serviços.
Fintechs utilizam inteligência artificial para criar chatbots, análises preditivas e marketplaces financeiros, otimizando desde a concessão de crédito até a gestão de investimentos. Canais de comunicação, como WhatsApp, ganham funcionalidades de pagamento e atendimento financeiro, tornando a experiência mais acessível.
Apesar dos avanços, existe resistência pela falta de entendimento sobre segurança e benefícios. Grande parte da população ainda relaciona compartilhamento de dados com riscos, o que demanda investimentos em educação.
O desafio da educação financeira e digital para todos torna-se central. Instituições devem colaborar para esclarecer processos e aumentar a confiança, especialmente entre os endividados e desbancarizados.
Em 2025, a competição tende a acirrar-se ainda mais. Bancos tradicionais aceleram sua digitalização, enquanto fintechs e novas plataformas buscam nichos especializados. A inclusão, eficiência e democratização do acesso serão pilares para o futuro do mercado financeiro nacional.
A integração de sistemas e a criação de soluções personalizadas farão parte do cotidiano, promovendo um ciclo de inovação contínua. Com isso, o consumidor terá maior poder de escolha, forçando as instituições a oferecer sempre as melhores condições.
Em resumo, a aceleração do Open Banking para Open Finance não apenas reduz barreiras e custos, mas também abre espaço para um ecossistema financeiro mais justo e competitivo, elevando o Brasil como referência global em inovação bancária.
Referências